19 março 2009

«um pouco de saber, um pouco de sabedoria e o máximo sabor possível»

Pelas mãos (bonitas) de alguém optimista, empenhada, forte, decidida, chegou-me um livro único. Chegou de São Salvador da Bahia, terra de brasileiros, ou como diria Agostinho da Silva, terra de «portugueses à solta». O livro chama-se «A alegria de ensinar».
Numa época em que o ensino já só me remetia para: cinzento; cinzento avaliação; cinzento discussão; cinzento decepção, cinzento competição, chega-me este livro de todas as cores. De Rubem Alves, psicanalista e professor.
Atente-se, por exemplo, nos títulos de alguns capítulos: «Ensinar a alegria»; «Escola e sofrimento»; «Sobre vacas e moedores»; «Um corpo com asas»; «Tudo o que é pesado flutua no ar».
O que mais me tocou foi uma frase que vai ao encontro da única definição correcta de professor: uma pessoa feliz. Mas esta vai muito mais longe e aponta o único caminho que não pode ser rebatido, contrariado, demonstrado por nenhum ministro(a) ou sabedor sem sabor: o amor.
De Rubem Alves,
«O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um acto de amor. Uma semente há-de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso, os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos.»
Bom dia.

1 comentário:

"Picos" disse...

Bem, se depois de leres o "livro maravilha" (desculpar se for ofensivo), deixaste-te de remeter para o cinzento; cinzento avaliação; cinzento discussão; cinzento decepção, cinzento competição, leva-me lá essa bíblia milagrosa amanhã para a escola, para eu passar estes meus olhos desacreditados!
Talvez aprenda a sorrir para os meus alunos ou a ser simpática no geral…
Será que já estou traumatizada?
Até lá... no liceu...LOL no liceu...