
- Narciso, só pensas em espelhos. Esqueces-te de mim. A tua Pandora. Dá-me a caixa. Vou abrir sim. Não se vai destruir. Não consigo. Maldição.
- Tu que possuis todos os dons, não entendes que isso é um presente envenenado? Se abrires a caixa libertas-nos da doença, do trabalho, da velhice. Mas também levas a paixão, a boa mentira, a loucura. No fundo da caixa vai permanecer a Esperança. Nessa não consegues tocar.
- Sai do escuro. Cá fora está a verdade. Olha que a Esperança é mais enganadora que a curiosidade. A Esperança leva-nos rapidamente ao fim da vida. Só que por caminhos agradáveis. Espero que ela não esteja lá. Vou abrir.
- Está bem. Também quero a caixa. Só mais uma vez. Ela é o símbolo da minha curiosidade. E a curiosidade morre até depois da Esperança. A curiosidade é a última paixão das pessoas velhas. A última mesmo. Abre-te.
- Sim, posso viver com pequenas loucuras. Mas curiosidades grandes. Como se de um primeiro amor se tratasse. Abro.
* Texto-desafio da Picos
1 comentário:
"...a esperança é mais enganadora que a curiosidade. A Esperança leva-nos rapidamente ao fim da vida. Só que por caminhos agradáveis."...a curiosidade morre até depois da Esperança."
OBBRIGADA ADOREI,
VOU PEGAR NISTO, DEPOIS VERÁS!
INTÉ. baci
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